quinta-feira, 14 de setembro de 2006

Chuva


"Não existe em mim nada de teu ", respondeste quando te perguntei porquê, confirmando que acabava assim um amor - o nosso -, ou a ilusão dele. Na verdade não existia em nós nada de nenhum dos dois porque o que sempre ambicionei foi que fossemos um só. "Mas... não há nada em mim que queiras?", perguntei quase em surdina... Das palavras que murmuraste a seguir só consegui distinguir o "adeus". E foi assim, sem gritos, sem lágrimas, sem olhares que te afastaste de mim no preciso momento em que senti na pele a primeira chuva de Setembro.
(Pedro Rapoula)

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