domingo, 31 de dezembro de 2006
sábado, 30 de dezembro de 2006
Vita Nuova
Quando vi aquela imagem no espelho, vi que não era eu. A barba cresceu muito rápido desde a última vez; eu já não consigo acreditar nas pessoas de quem gosto. Eu estou mal e não posso fazer nada senão dormir e esperar. Amanhã vou acordar cedo e tirar a barba, tirar também toda a desconfiança e o peso dos meus ombros. Eu quero ver-ME, ao menos uma vez mais.
sexta-feira, 29 de dezembro de 2006
Aparência
quinta-feira, 28 de dezembro de 2006
Ficções
É curioso ver que tu estás muito feliz e eu estou assim, desolado. E vens dizer-me que é para sempre? Desculpas! Mas eu vou conseguir arrancar-te da minha vida, não importa quantos pedaços de mim se percam pelo caminho, ou quantas vezes eu te queira de novo. Se é para alguém morrer na minha vida, prefiro que sejas tu. Mesmo assim é para sempre, ok?
quarta-feira, 27 de dezembro de 2006
Morte de luz
"Perdi-me muitas vezes pelo mar, o ouvido cheio de flores recém cortadas, a língua cheia de amor e de agonia. Muitas vezes perdi-me pelo mar, como me perco no coração de alguns meninos. Não há noite em que, ao dar um beijo, não sinta o sorriso das pessoas sem rosto (...). Porque as rosas buscam na frente uma dura paisagem de osso e as mãos do homem não têm mais sentido senão imitar as raízes sob a terra. Como me perco no coração de alguns meninos, perdi-me muitas vezes pelo mar. Ignorante da água vou buscando uma morte de luz que me consuma."
Frederico Garcia Llorca
terça-feira, 26 de dezembro de 2006
Morrer não dói
"O amor é o ridículo da vida. A gente procura nele uma pureza impossível, uma pureza que está sempre se pondo, indo embora. A vida veio e me levou com ela. Sorte é se abandonar e aceitar essa vaga ideia de paraíso que nos persegue, bonita e breve, como as borboletas que só vivem 24 horas. Morrer não dói."
Cazuza
quarta-feira, 20 de dezembro de 2006
Às vezes
"Às vezes é no meio do silêncio que descubro o amor em teu olhar.
É uma pedra ou é um grito que nasce em qualquer lugar.
Às vezes é no meio de tanta gente que descubro afinal aquilo que sou.
Sou um grito ou sou uma pedra de um lugar onde não estou.
Às vezes sou o tempo que tarda em passar
e aquilo em que ninguém quer acreditar.
Às vezes sou também um sim alegre ou um triste não.
E troco a minha vida por um dia de ilusão...
e troco a minha vida por um dia de ilusão.
Às vezes é no meio do silêncio que descubro as palavras por dizer.
É uma pedra ou é um grito de um amor por acontecer.
Às vezes é no meio de tanta gente que descubro afinal para onde vou.
E esta pedra e este grito são a história daquilo que eu sou. "
Maria Guinot, in 'Silêncio é tanta gente'
terça-feira, 19 de dezembro de 2006
Espera
"Esperar ou vir esperar querer ou vir querer-te
vou perdendo a noção desta subtileza.
Aqui chegado até eu venho ver se me apareço
e o fato com que virei preocupa-me, pois chove miudinho
Muita vez vim esperar-te e não houve chegada
De outras, esperei-me eu e não apareci
embora bem procurado entre os mais que passavam.
Se algum de nós vier hoje é já bastante
como comboio e como subtileza
Que dê o nome e espere. Talvez apareça"
vou perdendo a noção desta subtileza.
Aqui chegado até eu venho ver se me apareço
e o fato com que virei preocupa-me, pois chove miudinho
Muita vez vim esperar-te e não houve chegada
De outras, esperei-me eu e não apareci
embora bem procurado entre os mais que passavam.
Se algum de nós vier hoje é já bastante
como comboio e como subtileza
Que dê o nome e espere. Talvez apareça"
Mário Cesariny
Pensar em nada
"O Tejo é mais belo que o rio que corre pela minha aldeia,
Mas o tejo não mais belo que o rio que corre pela minha aldeia
Porque o tejo não é o rio que corre pela minha aldeia,
O Tejo tem grande navios
E navega nele ainda,
Para aqueles que vêem em tudo o que lá não está,
A memória das naus.
O Tejo desce de Espanha
E o Tejo entra no mar em Portugal.
Toda a gente sabe isso.
Mas poucos sabem qual é o rio da minha aldeia
E para onde ele vai
E donde ele vem.
E por isso, porque pertence a menos gente,
É mais livre e maior o rio da minha aldeia.
Pelo Tejo vai-se para o Mundo.
Para além do Tejo há a América
E a fortuna daqueles que a encontram.
Ninguém nunca pensou no que há para além
Do rio da minha aldeia.
O rio da minha aldeia não faz pensar em nada.
Quem está ao pé dele está só ao pé dele."
Alberto Caeiro, in 'Guardador de Rebanhos'
terça-feira, 12 de dezembro de 2006
Cinzas
sábado, 9 de dezembro de 2006
Fica...
9 palavras de Pedro Homem de Mello e uma imagem do "E tudo o vento levou" para dizer que não quero que desistas...
sexta-feira, 8 de dezembro de 2006
quarta-feira, 6 de dezembro de 2006
Quem és...
terça-feira, 5 de dezembro de 2006
segunda-feira, 4 de dezembro de 2006
Deixai-me
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