"Que é que eu amo em ti? Não é o teu corpo, não é o teu espírito, mas a transfiguração de um pelo outro, a transcendência da tua carne frágil, a abordagem de quem tu és no mais profundo de ti; na posse compacta de toda tu, no espasmo de um punho cerrado - dorme. Não posso dormir, não quero. Como perder esta hora máxima de ser, de tocar toda a realidade secreta, drasticamente separada, segregada da minha ânsia em agonia? Porque tu eras para mim o puro irreal e imaginário, o subtil incorpóreo, a pura iluminação sem consistência, a aparência do não-ser, a terrível beleza intocável, a graça aérea imaterial. E agora estavas ao pé de mim, e eu estendo a mão devagar para condensar em realidade a tua imaterialização. Como dormir e perder-te e acordar depois - tu não estavas aqui e ser tudo fantástico de impossível?..."
quinta-feira, 10 de maio de 2007
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