quarta-feira, 1 de agosto de 2007

Inferno de amar

"Este inferno de amar - como eu amo!
Quem mo pôs aqui na alma... quem foi?
Esta chama que alenta e consome,
Que é a vida - e que a vida destrói -
Como é que se veio a atear,
Quando - ai quando se há-de ela apagar?
Eu não sei, não me lembra: o passado,
A outra vida que antes vivi
Era um sonho talvez... - foi um sonho -
Em que paz tão serena a dormi!
Oh que doce era aquele sonhar...
Quem me veio, ai de mim! despertar?
Só me lembra que um dia formoso
Eu passei... dava o sol com tanta luz!
E os meus olhos, que vagos giravam,
Em seus olhos ardentes os pus.
Que fez ela? eu que fiz? Não no sei;
Mas nessa hora a viver comecei..."

Almeida Garrett, in 'Folhas Caídas'

2 comentários:

Anónimo disse...

Olá Dr.Pedro Rapoula,

Encontrar na internet um Blog seu,ainda por cima com um conteúdo fantástico fez-me "perder"(ganhar,neste caso) algum tempo a querer ler tudo o que cá está.É que adoro poesia,e tudo o que coloca aqui no Blog é de uma grande sensibilidade e gosto.Aproveito para dizer que gostei muito de o conhecer e fico muito feliz por saber que a Presidência da República tem como assessor cultural uma pessoa tão "rica" de personalidade.Senti logo desde o primeiro contacto que tive com o Dr.Pedro Rapoula que tinha perante mim alguém muito especial.Nunca pensei que fosse tão jovem.Obrigada pela oportunidade e espero que não leve a mal enviar-lhe desta forma o meu agradecimento.Mas eu sou mesmo assim.Impulsiva.Gosto de dizer logo o que me vai na alma para que as palavras saiam tal como as sinto.
Beijinhos e felicidades.

Yolanda Soares (MusicBox)

Pedro Rapoula disse...

Muito obrigado Yolanda!

Não imagina como fico sensibilizado pelas suas palavras. A Yolanda é que é digna de todos os elogios pelo extraordinário talento e criatividade que tem demonstrado. Acredite que sou um grande admirador do seu trabalho.

Volte mais vezes ao Da.Inquietude!

Beijinhos!

PR