domingo, 30 de setembro de 2007

Maldição


"Que destino ou maldição
Manda em nós, meu coração,
Um do outro assim perdidos?
Somos dois gritos calados,
Dois fados desencontrados,
Dois amantes desunidos.
Por ti sofro e vou morrendo.
Não te encontro, não te entendo,
Amo e odeio sem razão.
Coração quando te cansas
Das nossas mortas esperanças
Quando páras coração?
Nesta luta, nesta agonia
Canto e choro todo dia
Sou feliz e desgraçada.
Que sina tua meu peito
Que nunca estás satisfeito
Que dás tudo e não tens nada.
Ó gelada solidão
Que tu me dás coração
Não é vida nem é morte.
É lucidez, desatino
De ler no próprio destino
Sem poder mudar-lhe a sorte..."

(Alfredo Duarte e Armando V. Pinto)

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