"Ainda espero o amor
como no ringue o lutador caído
espera a sala vazia
primeiro vive-se e não se pensa em nada
não me digam a mim
com o tempo apenas se consegue
chegar aos degraus da frente:
é difícil
é cada vez mais difícil entrar em casa
não discuto o que fizeram de nós estes anos
a verdade é de outra importância
mas hoje anuncio que me despeço
à procura de um país de árvores
e ainda se me deixo ficar
um pouco além do razoável
não ouvem? O amor é um cordeiro
que grita abraçado à minha canção"
José Tolentino Mendonça, in 'A noite abre meus olhos"
2 comentários:
Entre esperas lamentavelmente razoáveis, fitamos, apesar de tudo, como Dante a sua Eurídice, os anos que por nós passaram. Importa, sim, tentar sair desse limbo e, mesmo contra todos os mitos, olhar em frente, para aquela Terra que nos é capaz de prender as raízes que trazemos aparentemente sem vida!
boa escolha:)
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