quarta-feira, 15 de abril de 2009

Quando o amor chegou


"O corpo não espera. Não. Por nós ou pelo amor. Este pousar de mãos, tão reticente e que interroga a sós a tépida secura acetinada, a que palpita por adivinhada em solitários movimentos vãos; este pousar em que não estamos nós, mas uma sêde, uma memória, tudo o que sabemos de tocar desnudo o corpo que não espera; este pousar que não conhece, nada vê, nem nada ousa temer no seu temor agudo...

Tem tanta pressa o corpo! E já passou, quando um de nós ou quando o amor chegou."

Jorge de Sena

1 comentário:

Anónimo disse...

É."O corpo não espera", meu amigo ausente mais presente, em todas as horas. Aqui, do outro lado do oceano, sinto-me acompanhada pelas mensagens que deixas em teu blog. E sinto estar minha alma em comunhão com a tua. Hoje experimento a realidade desse corpo que não espera, talvez não exatamente no mesmo sentido que o Jorge de Sena dera, mas com o mesmo pesar de quem sente que o amor chega tarde demais...

Abraços da amiga!