Era uma vez uma criada que queria muito ser princesa. Sonhava todos os dias que chegaria um Príncipe num cavalo branco para a resgatar dessa vida triste. Tanto andou, tanto andou que acabou por casar com um polícia. Foi a farda que a iludiu. Conheceram-se quando ele foi a casa da patroa entregar uma notificação do tribunal. O casamento foi simples mas bonito. Ela foi de branco porque até então não conhecera homem. A menina das alianças foi a vizinha do terceiro andar que era anã e parecia uma criança. Mas não foi de branco porque essa, sim, conhecera homens vários, aliás, conhecia-os pelo menos às terças e quintas das 16h às 18h (menos aos feriados). A criada e o polícia viviam juntos numas águas furtadas na Mouraria. Ele gostava de fado e ela gostava de futebol. A Fátima não iam muito porque era longe mas chegaram a ir e pararam na Casa das Regueifas para comprar uma regueifa que comeram às fatias, torradas com manteiga nessa mesma noite. A vida lá ia andando, uns dias melhor e nos outros pior, como Deus queria. Aos domingos iam à missa e quando ele estava de folga iam a Sintra comer queijadas. Um dia o polícia levou um tiro num bairro problemático de Lisboa e morreu no hospital de Amadora-Sintra. Ela nunca mais foi à missa mas concorreu a um concurso público e passou a lavar as escadas do Palácio da Ajuda que ainda por cima eram muitas. Diz que um dia destes se deixa ficar por lá durante a noite e vai experimentar as camas todas que encontrar. Para ser princesa por um dia. As más linguas dizem que ela quer é experimentar os seguranças todos do palácio. Mas disso eu não percebo nada...
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4 comentários:
Muito bom!
belo texto!
bjus
uiiii se baixa outra vez o espirito da D. Maria no Palácio...coitadinha!
Bjs
Azul
Disso tu nao percebes nada...lol
Me engana que eu gosto!;)
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