sexta-feira, 26 de março de 2010

No cimo das coisas


"nos dias tristes não se fala de aves
liga-se aos amigos e eles não estão
e depois pede-se lume na rua
como quem pede um coração
novinho em folha.

nos dias tristes é inverno
e anda-se ao frio de cigarro na mão
a queimar o vento
e diz-se bom dia!
às pessoas que passam
depois de já terem passado
e de não termos reparado nisso

nos dias tristes fala-se sozinho
e há sempre uma ave que pousa
no cimo das coisas
em vez de nos pousar no coração
e não fala connosco."

Filipa Leal

2 comentários:

Anaclara disse...

Navegando pela internet cheguei aqui na sua inquietude ! E pensar que há pouco mais de 500 anos era impensável uma tupiquinin brasileira navegar por territórios lusitanos hein ?
Que suas inquietações te impulsionem !


* hum... não conheço Butão nem Tibet mas a Índia sim ! Você se apaixonará ! O.k., tem gente que vai embora sem levar saudade. Mas são poucos. É que a Índia não tem aquela beleza clichê, arrumadinha, publicitária, como a Suíça ou o Caribe. Ela vai exigir de você uma nova maneira de ver as coisas, de enxergar a beleza no meio da bagunça. É deixar-se engolir por um furacão de 4000 anos e permitir que os sentidos e os conceitos sejam completamente transformados. Mas não tenha medo; a Índia tem tudo para ser a viagem de sua vida!

Carol disse...

Estive há pouco em um dia triste.