"No berço que a ilha encerra
Bebo as rimas deste canto
No mar alto desta terra
Nada a razão do meu pranto.
Mas no terreiro da vida
O jantar serve de ceia
E mesmo a dor mais sentida
Dá lugar à sapateia.
Refrão
Ó meu bem ó chamarrita
Meu alento e vai e vem
Vou embarcar nesta dança
Sapateia, ó meu bem.
Se a sapateia não der
P'ra acalmar minha alma inquieta
Estou pró que der e vier
Nas voltas da chamarrita.
Chamarrita Sapateia
Eu quero é contradizer
No alento desta bruma
Que ás vezes me que vencer."
Bebo as rimas deste canto
No mar alto desta terra
Nada a razão do meu pranto.
Mas no terreiro da vida
O jantar serve de ceia
E mesmo a dor mais sentida
Dá lugar à sapateia.
Refrão
Ó meu bem ó chamarrita
Meu alento e vai e vem
Vou embarcar nesta dança
Sapateia, ó meu bem.
Se a sapateia não der
P'ra acalmar minha alma inquieta
Estou pró que der e vier
Nas voltas da chamarrita.
Chamarrita Sapateia
Eu quero é contradizer
No alento desta bruma
Que ás vezes me que vencer."
'Chamateia' de Luís Bettencourt e António Melo e Sousa
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A versão que é cantada não é a que eu queria. Ouvi esta música pela primeira vez há muito pouco tempo, no Dia Mudial da Música, em Outubro passado, num fim de semana extraordinário que passei nos Açores. Na companhia da minha irmã e de mais alguns (excelentes) amigos tive a oportunidade de ver e ouvir a maior fadista portuguesa viva interpretar este tema tão sentido da música popular portuguesa. A minha querida Katia Guerreiro fez história naquela noite do Teatro Micaelense, em Ponta Delgada. Foi, de resto, a primeira vez que voltei àquela terra onde vivemos quando éramos crianças e a nossa amizade começou. Ela ficou por lá até ser grande e eu vim ainda pequeno. Hoje ela é a única pessoa que percebe o peso da bruma na minha alma inquieta. Os Açores marcam quem lá vive e ainda que eu tenha saído de lá com apenas 4 anos continuo a sentir o "alento desta bruma Que ás vezes me que vencer", como canta a música. Porque é uma música de saudade e porque hoje me sinto assim, nostálgico, fica a lembrança.
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