sábado, 20 de outubro de 2007

Olhar-te última vez com tristes olhos



Acordei antes de ti, bela Lisboa
Que dormes ainda nos braços do teu Tejo
Amante fiel que a solidão perdoa
Rio alegre que me traz tudo o que vejo.

O Tejo não é rio, já é mar.
É mar que também ama e não esquece
A dor de partir além de ti,
A dor de ficar num espaço breve.

Lisboa que ainda dormes sem saber
Que esta manhã já não acordas a meu lado,
Que este sol que nos invade também separa,
Que este mar que hoje me leva não é salgado.

Lisboa adormecida, minha amante
Que lânguida te abandonas em meus braços
Deixa-me olhar-te última vez com tristes olhos
Que pelo mundo levarão o teu retrato.

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