quarta-feira, 30 de abril de 2008

O vácuo e o porquê

"(...)
O dia começou tão bem, nítido e claro na minha cabeça, devo escrever sobre isso mais tarde, e depois uma grande depressão; uma pressão no crânio da qual não me consegui livrar, e pensamentos deprimentes, demasiado deprimentes para meu gosto, e por detrás deles o vácuo e o porquê, mas contra isso tambem hei-de lutar.
Como uma melodia, o mundo rola nas mãos de Deus, estas palavras de Verwey não me saíram da cabeça durante todo o dia. Quem me dera ser melodicamente eu a rolar nas mãos de Deus.
(...)"
Etty Hillesum, in 'Diário 1941-1943'

1 comentário:

Anónimo disse...

Que intenso e escuro este texto.
Com dias tão brilhantes e bonitos lá fora... apetece dizer:
(...)Adeus tristeza, até depois (...)Na minha vida fui sempre um outro qualquer,
Era tão fácil, bastava apenas escolher
Escolher-me a mim, pensei que isso era vaidade
Mas já passou, não sou melhor mas sou verdade
Não ando cá para sofrer mas para viver
E o meu futuro há-de ser o que eu quiser

(Fernando Tordo)