segunda-feira, 16 de junho de 2008

De todos os ausentes o ausente


"Eis-me
Tendo-me despido de todos os meus mantos
Tendo-me separado de adivinhos mágicos e deuses
Para ficar sozinha ante o silêncio
Ante o silêncio e o esplendor da tua face

Mas tu és de todos os ausentes o ausente
Nem o teu ombro me apoia nem a tua mão me toca
O meu coração desce as escadas do tempo em que não moras
E o teu encontro
São planícies e planícies de silêncio.

Escura é a noite
Escura e transparente
Mas o teu rosto está para alem do tempo opaco
E eu não habito os jardins do teu silêncio
Porque tu és de todos os ausentes o ausente."


Sophia de Mello Breyner Andresen
(Porque a tua ausência me pesa. Porque o teu silêncio me desorienta.)

2 comentários:

Anónimo disse...

Porque então desesperas e te afastas quando o maior silêncio se aproxima?

Não percebo! Nem tu perceberás.
Por mais que fujas terás sempre o maior silêncio a teu lado. (eu tenho e tu sabes quem é.)

O maior silêncio não se pode controlar. Por isso é maior.

Assim sendo, não é silêncio, mas presença constante.
Sentimento que doi e é incontrolável.
Até sempre.

Anónimo disse...

Meus Caros,

Primeiro estou de acordo com o outro ser que disse que este senhor é um grande narrador/poeta.

Mas tenho que dizer que é um narrador muito triste e que está a sofer muito por alguem, esse alguem, lamento informar, está a atrapalhar a sua vida.

Por isso tomo a liberdade de deixar um conselho a este senhor tão apaixonado mas tão perdido.

Passo a citar:

Meu querido narrador/poeta siga a sua vida em frente deixe de acreditar em amores platonicos descubra a VIDA e as mulheres que podem aparacer à sua frente, porque todas elas tem sempre algo para mostrar/falar/contar e até mesmo apaixonar.

A nossa liberdade começa quando deixamos o nosso coração voar!!

Voe Voe para bem longe de quem o faz sofrer.

Atentamente uma leitora