sexta-feira, 1 de agosto de 2008

Silêncio e ausência


E foi quando ela falou em "espaço imposto" e em "cessar fogo" que ele lhe respondeu:
 
- Meu amor, não há espaço "imposto" e o único fogo que existe é mesmo o que me faz gostar tanto, tanto de ti. Não há dia que passe que eu não acorde a pensar nas saudades que tenho e na falta que fazes na minha vida. São vários os momentos em que tenho vontade de te ligar, de ouvir a tua voz, de te abraçar, de te dar um beijo (mesmo daqueles que tu evitas). Mas pareceu-me pelas tuas indicações que eu estava a ir por um caminho que te incomodava em absoluto. E resolvi deixar-te respirar na expectativa que me procurasses. Queria sentir que também tinhas saudades minhas. Mas de repente só houve silêncio e ausência e eu fui ficando à espera. E é assim que continuo. Tudo o que mais quero é estar contigo mas quero sentir que tu também queres isso. Como vês é simples. Eu também vou estar aqui, no sítio de sempre. À tua espera.

Baixou os olhos e afastou-se. Pior do que a ideia do fracasso daquela relação era a certeza de que ela não o amava. 

1 comentário:

Anónimo disse...

NÃO SEI DE AMOR SENÃO
Não sei de amor senão o amor perdido
o amor que só se tem de nunca o ter
procuro em cada corpo o nunca tido
e é esse que não pára de doer.
Não sei de amor senão o amor ferido de tanto te encontrar e te perder.

(excerto Manuel Alegre)