terça-feira, 25 de novembro de 2008

Aonde não te encontro e fico triste


"Talvez não saibas mas dormes nos meus dedos
aonde fazem ninho as andorinhas
e crescem frutos ruivos e há segredos
nas mais pequenas coisas que são minhas.

Talvez tu não conheças mas existe
um bosque de folhagem permanente
aonde não te encontro e fico triste
mas só de te buscar fico contente.

Oh meu amor, quem sabe se tu sabes
sequer se em ti existo ou sou demora,
ou sou como as palavras, essas aves
que cantam o teu nome a toda a hora.

Talvez não saibas mas digo que te amo
E construí no mar a nossa casa
Que é por ti que pergunto e por ti chamo
Se a noite estende em mim a sua asa.

Talvez não compreendas mas o vento
anda a espalhar em ti os meus recados,
e que há um pôr-do-sol no pensamento
quando os dias são azuis e perfumados.

Oh meu amor, quem sabe se tu sabes
sequer se em ti existo ou sou demora,
ou sou como as palavras, essas aves
que cantam o teu nome a toda a hora."


Joaquim Pessoa por Katia Guerreiro,
in '
Tudo ou Nada'
Para a Katia, que ontem no Teatro Tivoli, em Lisboa, apresentou o seu novo cd, FADO. Foi uma noite especial. Uma noite mágica. De reencontros e de reconciliações. De abraços em silêncio que disseram tudo. De lágrimas e de sorrisos que apagaram o que não interessa. De confirmações segredadas de que "o amor quando é sentido, não se pode disfarçar". Obrigado Katia. Por voltares a fazer-me sentir especial.

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