"Não posso adiar o amor
Não posso adiar o amor para outro século
Não posso
Ainda que o grito sufoque na garganta
Ainda que o ódio estale e crepite e arda
Sob montanhas cinzentas
E montanhas cinzentas
Não posso adiar este abraço
Que é uma arma de dois gumes
Amor e ódio
Não posso adiar
Ainda que a noite pese séculos sobre as costas
E a aurora indecisa demore
Não posso adiar para outro século a minha vida
Nem o meu amor
Nem o meu grito de libertação
Não posso adiar o coração"
António Ramos Rosa
2 comentários:
Bonito poema...
Andrea
Vai haver uma altura em que a auto-comiseração, ainda que justificada neste momento, deixe então de fazer sentido. Porque seremos sempre donos do nosso pensamento, apenas do pensamento, resta-nos a vontade de mudar. Que tarda e que nos dilacera. Mas está já ao nosso alcance, aliás, sempre esteve.
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