"Não foi aqui que te encontrei. Ao primeiro olhar gostei de ti. Eras sem medida comum a realidade que me cercava. (...)
Não me tocas. Sofro a distância que nos separa. Não julgo sequer ser-me permitido agarrar-te a mão. Pouco a pouco privas-me de mim. Um outro país vence-me, uma outra língua, um ser distante. Já não sei quase nada. (...)
Esvazio-me, és o único a poder salvar-me. Adormeces demasiado depressa e acordas demasiado cedo. Não devia ter-te amado. Tu não gostas do amor. (...)
Ao ouvir-te a tua vida era vasta e densa. No entanto, por vezes, parecia-me que pelo menos uma parte de ti tinha ficado pelo caminho, morta algures ou pelo menos perdida, e que também para mim estavas morto e perdido. Tens medo dos sentimentos. Repetes as mesmas frases. Procuro-te por detrás da tua ausência. (...)"
Não me tocas. Sofro a distância que nos separa. Não julgo sequer ser-me permitido agarrar-te a mão. Pouco a pouco privas-me de mim. Um outro país vence-me, uma outra língua, um ser distante. Já não sei quase nada. (...)
Esvazio-me, és o único a poder salvar-me. Adormeces demasiado depressa e acordas demasiado cedo. Não devia ter-te amado. Tu não gostas do amor. (...)
Ao ouvir-te a tua vida era vasta e densa. No entanto, por vezes, parecia-me que pelo menos uma parte de ti tinha ficado pelo caminho, morta algures ou pelo menos perdida, e que também para mim estavas morto e perdido. Tens medo dos sentimentos. Repetes as mesmas frases. Procuro-te por detrás da tua ausência. (...)"
Pedro Paixão, 'Viver todos os dias cansa'
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