quarta-feira, 13 de maio de 2009

Um rio que não acaba


(...)
III
imaginar quer dizer
isso mesmo e é real
não digo chuva sem me molhar
e o teu nome sem que me beijes
enquanto te espero aqui
vês a chuva?

Continuo sentado enquanto o céu se move
a cor muda
comigo em espera

tenho frio
(já te disse antes como tenho frio)
vejo mais longe do que todas as pessoas que aqui estão
(falei-te do medo e da vertigem)

mudo de margem e (h)à margem enquanto escrevo
abandono os tectos as casas a um passado olhar
esquecido da gramática morta em cima da mesa
voltarei mais tarde ao som da tua voz

(da tua boca saem nuvens e um rio que não acaba)

M. Tiago Paixão

1 comentário:

m. tiago paixão disse...

Obrigado Pedro!
Foi bom conhecer-te na Turquia!
Abraço