terça-feira, 8 de dezembro de 2009

De uma pátria emprestada


.
"As coisas vulgares que há na vida não deixam saudade,
só as lembranças que doem ou fazem sorrir".
.
Estou em São Paulo. Vim para estar junto da minha avó, hoje, quando passa um ano sobre a sua morte.
Não esqueço este dia. Não esqueço o seu último olhar. Não esqueço o último beijo que trocámos. Não esqueço as promessas de encontros futuros. Não esqueço a esperança de que tudo iria acabar bem. Não esqueço como tudo acabou mal.
Perante o seu túmulo, numa terra que não é a nossa, neste calor de Dezembro de uma pátria emprestada, desejo a chuva e o frio de Lisboa. Só isso faz sentido num dia como o de hoje. Até sempre Avó.


"As coisas vulgares que há na vida
Não deixam saudades
Só as lembranças que doem
Ou fazem sorrir

Há gente que fica na história
da história da gente
e outras de quem nem o nome
lembramos ouvir

São emoções que dão vida
à saudade que trago
Aquelas que tive contigo
e acabei por perder

Há dias que marcam a alma
e a vida da gente
e aquele em que tu me deixaste
não posso esquecer

A chuva molhava-me o rosto
Gelado e cansado
As ruas que a cidade tinha
Já eu percorrera

Ai... meu choro de moça perdida
gritava à cidade
que o fogo do amor sob chuva
há instantes morrera

A chuva ouviu e calou
meu segredo à cidade
E eis que ela bate no vidro
Trazendo a saudade "

Jorge Fernando por Mariza, in 'Concerto em Lisboa'

1 comentário:

Carol disse...

Saudade é o que sentimos quando alguém a quem gostamos muito simplesmente não está por perto...porem sempre presente na nossa memória e no nosso coração.